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Perdi minha cabeça
quando comecei
a escrever...
Entre sonhos e devaneios,
perdi-me nas entrelinhas.
Quando comecei a escrever,
meus olhos viviam cansados,
tristes e melancólicos.
Pois quando terminava,
meus versos, minha poesia,
sempre estava assim...
Solitário!
Vejo-me agora em meus
escritos e não me reconheço.
Abomino tudo que leio
naquelas paginas. Naquele livro.
Não são meus... Não sei quem os escreveu.
São versos inacabados
falando de um passado
triste e vazio...
Não! Eu repito: este ser
aí da capa, não sou eu!
Sempre fui feliz, sorridente.
Jamais me tornaria isso:
um ser estático, sem brilho.
Um retrato morto e sem cor.
Não escrevi a minha vida,
nessas paginas mau escrita.
Revelei-me. Mostrei-me,
mas mesmo assim, ainda afirmo:
Não sou eu, este ser
de olhar sofrido.
Sem brilho. Sem viço!
Perdi minha lucidez,
quando comecei a escrever...
Sobre noites de insônia.
Sobre dores e amores.
Sobre aquilo que nunca soube.
Não! Eu repito...
Não é meu este rosto!
Este ser estranho,
que perdeu a cabeça,
quando começou a escrever...
Sobre tudo...Sobre meu mundo!
Rosa Azul